sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Rouxinol



Era um domingo sem sol
- triste, triste, tristezinho.
Flores murchas ante as casas
De portões já carcomidos,
De paredes desbotadas...
E eu andando pelas ruas:
Todas tão melancolia,
Com seu chão de frias pedras,
Ar cheirando a funeral;
Moça alguma nas janelas,
Manga alguma no quintal.

Era o mundo todo morto.
Nem cachorro rabugento
Esquecido nas calçadas...
Nem o vendedor de mel
Nem os galos me embalavam
Era o dia todo cinza.
- como dor que nunca passa,
Como a previsão do fim.
Era um domingo sem sol,
Mas ainda o rouxinol
Cantava dentro de mim.

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