segunda-feira, 14 de abril de 2008

Letale Obersione



Lídimo é o amor que em versos despejo,
Este amor que dou-te, e porém não queres.
Por não o quereres é que tu, pois, feres
A minh’alma doida, com quem, são, pelejo.

Se não teu, jamais para outras mulheres!
Por isso, eu, comigo, num íntimo solfejo,
Lanço a Deus, nos céus, último desejo:
Que tu antes morras e no além me esperes,

E que, enfim, teu corpo (agora, num verme
Carcomendo a carne sob a minha derme)
Seja com o meu corpo uma só matéria;

E que o nada seja, pois, nosso colchão,
Onde a mosca alegre da putrefação
Seja, eternamente, nossa amada egéria.

Um comentário:

Ana Lucia Franco disse...

Belo poema, Elizeu! Bem Augusto dos Anjos. Não gosto lá muito dele, mas sendo teu, tendo a tua marca me encanta..

Ah, já tenho um blog, aliás dois, quando puder ou quiser passa lá.