quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sem título

Ao dia mais vazio de minha vida,
Dedico cantigas longínquas,
De quando todos pensavam por mim,
De quando todos me sorriam,
Quando minh'alma sem mácula
Sonhava em campos verdes, céus azuis;

Tempo em que não existia passado.
Futuro?! Nem sabíamos o que era.
Quando imaginávamos sinfonias infinitas,
Que se realizavam na freqüência do brilho do sol;
Tempo em que a maior conquista
Era poder gritar com a alma
- não parecíamos loucos;

Tempo em que as tempestades não eram mentais
E as alegrias eram maiores que as preocupações.
Festas não me traziam constrangimento,
Pudores eram desconhecidos...
Temores? Só à noite.

Todos me compreendiam.
Todos me acarinhavam.
Tudo tão temporário quanto o pôr do sol...

Ao dia mais triste, dedico minha alma maculada pelo tempo
Antes que eu desista (ou não possa) escrever.

Por Lenise

2 comentários:

Anônimo disse...

Elizeu. Não repara a invasão. Nem tava te procurando e te achei. Belos versos, sempre tristes, sempres fortes. Ai, ai. Uma dor dessas ninguém aguenta. E como já disse Drumond de Andrade, chega um tempo em que viver é uma ordem. Um brinde à vida.

grande beijo!

Elizeu de Lima disse...

Pois é...

Invada sempre que puder (e quiser)

Bom q vc gostou dos versos, a Lenise ficará feliz, afinal, este poema "sem título" é de autoria dela.

Grande Abraço!