Ao dia mais vazio de minha vida,
Dedico cantigas longínquas,
De quando todos pensavam por mim,
De quando todos me sorriam,
Quando minh'alma sem mácula
Sonhava em campos verdes, céus azuis;
Tempo em que não existia passado.
Futuro?! Nem sabíamos o que era.
Quando imaginávamos sinfonias infinitas,
Que se realizavam na freqüência do brilho do sol;
Tempo em que a maior conquista
Era poder gritar com a alma
- não parecíamos loucos;
Tempo em que as tempestades não eram mentais
E as alegrias eram maiores que as preocupações.
Festas não me traziam constrangimento,
Pudores eram desconhecidos...
Temores? Só à noite.
Todos me compreendiam.
Todos me acarinhavam.
Tudo tão temporário quanto o pôr do sol...
Ao dia mais triste, dedico minha alma maculada pelo tempo
Antes que eu desista (ou não possa) escrever.
Por Lenise
2 comentários:
Elizeu. Não repara a invasão. Nem tava te procurando e te achei. Belos versos, sempre tristes, sempres fortes. Ai, ai. Uma dor dessas ninguém aguenta. E como já disse Drumond de Andrade, chega um tempo em que viver é uma ordem. Um brinde à vida.
grande beijo!
Pois é...
Invada sempre que puder (e quiser)
Bom q vc gostou dos versos, a Lenise ficará feliz, afinal, este poema "sem título" é de autoria dela.
Grande Abraço!
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