domingo, 25 de julho de 2010

Desaguamento



Meu olho d’água cegou
E o último fio corre
Querendo alcançar o mar
Ah, mas quanta aridez se encontra
Ao longo desse caminho...
É tanta pedra
Tanta poeira
É tanto espinho
Que talvez fosse mais certo
Eu me açudar por aqui
E, conformado, esperar
Algum novilho com sede
Ou até mesmo, quem sabe
Que o sol, com suas línguas de fogo
Me lambesse todo
Cada molécula em mim
E que eu virasse vapor
E que chovesse lá longe
Ou que sumisse no vento
Como uma nuvem frustrada
Que nada em mim é perpétuo, nada!
Nem mesmo a minha alma
Esse rio que escorre e morre
Como se fosse uma lágrima.

2 comentários:

Ana Lucia Franco disse...

Ei, seu moço, como estás? Tudo repaginado por aqui, bonito.

bj

Nazaré Albuquerque disse...

linda