Não, não quero acreditar
Que a morte te venceu,
Que ela, que é tão velha,
Pode alcançar, assim, tua alma de menino...
Tu que eras dono do mundo
E que plantavas saudades
Como quem espalha uma selva
Pelo quintal da memória;
Tu que trazias nos olhos
Um tempo que não passou
(visto que nunca existiu,
exceto em teu coração)...
Não, não quero acreditar
Que o sol se recolheu,
Que a vida abriu mão de ti
Quero, antes, acreditar
Que tu é que renunciaste,
Cansado dessa estrada vã
E te puseste, sentado, sereno,
Á sombra d’uma mangueira
A desfiar, inteira, a tua vida;
E que sorriste, gaiato,
Ao vê-la chegar tão esnobe,
Como se fosse possível
Matar o que não se morre.
Eu e meu grande amigo Jair Monsores, a quem a morte pensa ter vencido.
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