sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Se um dia eu vier a morrer




Se um dia eu vier a morrer
Plantem-me à sombra de um jambeiro qualquer.
Não doem-me os órgãos, não!
Pois estes de nada a outrem hão de servir...
Os meus pulmões são furados
Como um balão que não sobe.
Meus rins estão, ambos, pedra.
Minhas córneas, cegas, cegas.
Meu coração, louco, louco.

Se um dia eu vier a morrer
Façam-me ser quem não fui,
Dêem um pouco de mimo
A esta minha alma vaidosa,
Depois me deixem sumir
Como uma flor rio a baixo...

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